sábado, fevereiro 26, 2005

Por aqui

Poderá o vento levar-te um dia, para qualquer outro lado, nao importa para onde, fizemos de mais por nós e é tempo de desleixo.
Quero menos, que da janela vejo cada vez mais a luz dos dias, quero muito menos, que o acordar com o Sol, quero muito menos, muito menos esta melancolia que me habita e me dá paz, quero muito menos o meu ser a perturbar-me contigo. Quero que só fiquemos por aqui, que deixemos que o tempo apague o que ficou por dizer, que já não é tempo de trocar ideias, já não é mais tempo de viveres por aqui...

quarta-feira, fevereiro 23, 2005


GET ME OUT OF HERE

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Nós Dois

Posso-te sorrir no escuro
E pensar que tu nem vês
Posso-te beijar com os olhos
E pensar que tu nem sentes
Desenhar todas as curvas
De que é feito o teu corpo
Penetrar-te nos teus sonhos
Com a ponta dos meus dedos, os dedos

Que vai ser de nós dois

Com as ancas me conduzes
Com os braços tu me apertas
Com os seios me seduzes
Como o mar e as descobertas, abertas

O que vai ser de nós dois
Que vai ser de nós dois
O que virá depois
Que vai ser de nós dois


Xutos & Pontapés - Nós Dois

sábado, fevereiro 19, 2005

Sr Medo

Sr Medo faça favor de me sair do caminho...
Sr Medo faça favor de nao se meter, ponha-se no seu canto e bem quietinho
Sr Medo faça favor de me deixar por um bocadinho
Sr Medo deixe-me sozinho
Não me alerte de um caminho que sem volta fica desprotegido
Não me mande pensar no que me espera que fico pelo caminho
Sr Medo faça favor de me sair do caminho...

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Para Ninguém


Para Ninguém


Outrora amputaste-me uma perna do pensamento e a cegueira das promessas não me deixou sequer nisso reparar, andava como que preso, bem devagar, era totalmente teu, sempre perdido nas tuas faces emotivas, no teu fingir de quem não sabe o que se está a passar. Eu era pelos meus planos teu, pelos meus planos que tu pensaste, criaste e fizeste meus, e eram bons planos para o futuro do antes do que aconteceu, eram bons planos esses os meus.
Aconteceu, certo dia chegaste e rasgaste a tua face em milhões, ficaste derrepente irreconhecível, indescritivelmente desfigurada, mostraste-me num momento que sempre trago presente, que nada eras do que julguei seres, mostraste que eras e sempre havias sido ninguém coberto por uma face bonita e repleta de emoções... que eram de um ninguém teu.
O meu eu é teu, o meu eu é de ninguém depois de o julgar teu, o meu eu é de ninguém.
Outrora...
Outrora amputaste-me uma perna do pensamento para que eu andasse devagar e preso a ti, depois tu foste ninguém, ninguém para me prender e agora estou preso a um ninguém teu.
A cada dia que passa, eu ando só com uma perna e com um ninguém às costas, e assim será ate me cansar. Caminho por esta Avenida do Tempo e cruzo ruas de dias, meses, anos, sempre lento, devagar e com o teu ninguém às costas.
Um dia canso-me e caio, e tu... cais comigo.
Um dia canso-me e caio, e tu ficas pelo caminho.
Um dia canso-me e caio, e levanto-me sozinho.
Um dia levanto-me sozinho e volto a perder-me noutro destino, dou o meu mundo a alguém que se me cruze no caminho, que me cortará uma perna em troca de um momento de falta de raciocínio.
Um dia canso-me e caio noutro caminho.
Um dia canso-me... Um dia canso-me... mas não quero cair sozinho.
Para: Ninguém

terça-feira, fevereiro 15, 2005

No dia de hoje

Foi tempo de hoje ser dia como dia que foi, não quero jamais perder um hoje por muito curto que hoje seja, tão repleto de expressões tuas e de um sorriso ao som da tua voz já meio desaparecida da minha memoria, corruida por um tempo que correu sem pressas para tão longe, que hoje voltou sem mais nem menos e me lembrou de outros tempos em que o teu sorriso era só uma boa razão para viver, foi tão pouco, sabe sempre a tão pouco, e no entanto preenche-me na totalidade.
Sinto-me cada vez mais desregulado, numa turbilhão de sentimentos estranhos e aos quais quero fugir, mas sei que não me queres agarrar e afastar deles, que não me vais impedir de partir mesmo sem saberes que se partir me perco em algo que não sou eu, sem que percebas o que está em jogo, sem que saibas da minha vida na totalidade, que falta-me a coragem para te mostar este meu ponto fraco.
Queria hoje ter-te mostrado mais, ter sido mais, ter-te agarrado e ter experimentado o risco de ser hoje um dia mau, mas tambem nisso me faltou a coragem, queria puxar-te para mim e esquecer tudo o que ouvi, queria pensar que tudo foi dito na cruesa de uma incerteza tua, na nudez de um medo de arriscar por algo melhor, queria poder pensar assim mas acho que não posso. Queria mesmo ter certezas de que a tua decisão é mesmo uma decisão e não um fracasso do teu medo, mas o medo é todo meu por não saber ouvir um desiste, querendo sempre que todos os dias fossem dias como dias que são, para que não os queira perder por mais curtos que sejam, tão repletos de expressões tuas e de um sorriso ao som da tua voz, deixada cair em tom doce e quente que absorvo e trago comigo como recordação

sábado, fevereiro 12, 2005

Só Mais Uma História

Não consigo dormir
Deve ser do café que eu insisto em tomar
Depois do jantar
Ou então do jantar
Que é preciso engolir quando o corpo diz não
Sem qualquer razão
Ou então dos problemas que eu teimo em complicar
Há sempre gente em pior condição
O miúdo das cautelas não reparou ao atravessar
Um automóvel atirou-o ao chão
Estou deitado na cama
E apetece-me acelerar

Não consigo pensar
Deve ser do cansaço de me ocupar demais
De coisas banais
Ou então é do vinho
Não se deve beber fora das refeições
Salvo raras excepções
Ou então do bloqueio em volta do pensamento
As ideias passam ao largo sem atracar
A rapariga do xaile era um verdadeiro monumento
Com monumentos não se pode falar
Estou aqui no sofá
E apetece-me evaporar

Conta-me uma história
Só mais uma história
Só mais uma história

Não consigo parar
É talvez a lembrança da criança que eu fui
Que ainda me dói
Ou então a amargura
De saber que não sou o herói que sonhei
E que abandonei
É talvez a loucura a envenenar-me a memória
Gritando em surdina: recordar é viver
Aquele velho no jardim também teve os seus sonhos de glória
Vou ser parecido com ele quando envelhecer
Ando às voltas de mim
E apetece-me adormecer

Conta-me uma história
Só mais uma história
Só mais uma história
Jorge Palma

Tudo ou Nada

Sim eu sei o que quero, quero tudo, não não sei o que quero, não sei se te quero e o que posso de ti querer, não sei nada mesmo.
Humm a demencia não exteriorizada já é tanta que é tempo de ser louco por um dia, ser louco todos os dias, ser exageradamente outro e gostar de o ser, deixar-te guiar-me sem futuro, ser só o que tiver que ser e muito mais que isso, não ser nada mas suficiente para o ser. Agarrar-te ou não, e deixar-me levar pela falta de razão, deixar-me descolar os pés do chão e aterrar não sei onde... mas voar. Deixar para ti o pensar, deixar para ti o decidir, mas quero saber limites, fins e meios, quero saber o que pensar, saber onde me vais levar, o que de mim vais levar, o que me vais deixar, quero saber o que me vais deixar de ti... e simultaneamente voar, quero e não quero com tanta força tudo e nada saber, quero e não quero com igual força saber onde é que isto vai parar, quero e não quero do mesmo modo saber quem sou em teu lugar... Só quero sem pressas ver o tempo passar numa evolução tomada com rumo defenido, apreciar cada momento como o trago do sumo de um bago de uva, eu sei que é um querer sentir exagerado, mas eu quero e não quero exageradamente sentir tudo isto por mim passar e saber o que há para ficar no fim...

terça-feira, fevereiro 08, 2005

Despite all my rage

Despite all my rage i'm still just a rat in a cage
Não nos serve de nada ter raiva do passado, não nos serve de nada ter a raiva do passado que teima em ser e estar no nosso presente, não nos serve de nada lutar contra ele tambem, nada nos serve de nada. À muito tempo que aprendi a não lutar, à muito que desisti de lutar contra um nós, não me serve de nada o tentar tirar-te da cabeça, apagar sentimentos, apagar história e momentos vividos, não não me serve de nada. O tentar tirar-te de mim apenas me faz pensar mais e mais em tudo, em ti e no passado, e isso é só mesmo continuar a viver a pensar, por isso não, não me serve de nada, viver sem te querer mal, sem te querer nada, viver só contigo, como vivo com todas as partes do meu corpo, assim como acordo com dois braços e duas pernas, acordo tambem contigo, e é só isso, e cada dia me tras um pouco menos dessa parte se assim viver, cada dia tenho mais dois braços e duas pernas, cada dia menos tu...
Quero só viver todos os dias com um amanha para vir, sem que me perca no teu mundo. Como um ter em mim algo mais, mas algo mais adormecido, dormente.
"Queres lutar com quem?
pra doer aonde?
pra ser o que?
Achas que ninguem vê?
E pra que fingir?
porque mentir?
e remar na dôr
Achas que ninguem vê?"
Agora só quero seguir em frente e apanhar tudo o que está ao meu alcance, desligar-me de tudo e aproveitar cada momento, não pensar tanto em regras causais, deixar-me ir, porque se tenho quem me queira mostrar um mundo novo porque não deixar-me ir? Porque não querer ve-lo e só depois pensar se necessario? Para que pensar já em tudo se nada depois é como parece?
hummmm vou só seguir para Norte, num rumo indefenido e sem rumo, só por andar, é só mesmo para andar



November Rain

When I look into your eyes
I can see a love restrained
But darlin' when I hold you
Don't you know I feel the same

'Cause nothin' lasts forever
And we both know hearts can change
And it's hard to hold a candle
In the cold November Rain

We've been through this such a long long time
Just tryin' to kill the pain

But lovers always come and lovers always go
An no one's really sure who's lettin' go today
Walking away

If we could take the time to lay it on the line
I could rest my head
just knowin' that you were mine
All mine
So if you want to love me
then darlin' don't refrain
Or I'll just end up walkin'
in the cold November rain

Do you need some time.. on your own
Do you need some time.. all alone
Everybody needs some time.. on their own
Don't you know you need some time.. all alone

I know it's hard to keep an open heart
When even friends seem out to harm you
But if you could heal a broken heart
Wouldn't time be out to charm you

Sometimes I need some time.. on my own
Sometimes I need some time.. all alone
Everybody needs some time.. on their own
Don't you know you need some time.. all alone

And when your fears subside
and shadows still remain
I know that you can love me
when there's no one left to blame
So never mind the darkness
we still can find a way
'Cause nothin' lasts forever
even cold November rain

Don't ya think that you need somebody
Don't ya think that you need someone
Everybody needs somebody
You're not the only one
You're not the only one

domingo, fevereiro 06, 2005

Tabaco

humm... deixei de fumar
Acho que já posso dizer isto, hoje é o 9 dia que passo sem que pegue em nenhum cigarro.
Isto custa, e não é pouco, dá umas vontades de 5 em 5 minutos quase incontroláveis, depois das refeições então nem se fala. O pior mesmo é quando estou com os meus amigos, pois todos eles são fumadores, o que dificulta em muito esta opção que tomei.
Vamos lá ver se agora consigo manter e aguentar este novo ritmo sem voltar a cair nas teias da nicotina.
A melhor sensação é mesmo ao acordar, parece que acordo como novo, e com o tabaco acordava já meio cansado para o dia que se seguia.
humm... espero mesmo conseguir continuar sem pegar naquilo...