segunda-feira, maio 21, 2007

No Sangue

Tira-me o mundo pela boca fora,
Diz-me do que se fala por agora,
Do que te falam as outras vozes?
O que lhes decoras,
Deturpas sem saber
Aquilo que te trás o prazer.
Cá estarei no fim desta guerra
Que a vida é toda uma espera,
Onde o azar dá àqueles
Várias formas de calor

Corpos danças e corpos
Por uma merda de fome...
Que detorpe o amor

Diz-me o desejo que queres sentir
Tudo aquilo que procuras
Que tragos imploras?
Alimentas sem dizer,
Aquilo que te dá eufuria.
Que te faz sacear o prazer?
Vou ao fim desta Terra
Que a vida é toda uma espera.
Sentir novamente a dôr
Novamente a dôr...
Por várias formas da mesma dôr

Mais uma etapa passada


segunda-feira, maio 14, 2007

Ontem

I step off the train,
I'm walking down your street again,
and past your door,
but you don't live there anymore.
It's years since you've been there.
Now you've disappeared somewhere
like outer space,
you've found some better place,
and I miss you
- like the deserts miss the rain.
Could you be dead?
You always were two steps ahead
of everyone.
We'd walk behind while you would run.
I look up at your house,
and I can almost hear you shout
down to me
where I always used to be,
and I miss you
-like the deserts miss the rain.
Back on the train,
I ask why did I come again.
Can I confess
I've been hanging around your old address?
And the years have proven
to offer nothing since you moved.
You're long gone
but I can't move on,
and I miss you
-like the deserts miss the rain

quinta-feira, maio 10, 2007

Intitulado

Não é no dizer que está o erro, mas nas palavras que não usamos.
Não é no dizer que há a falta, é no pensamento que não falamos.
Eu sei sentir o que falta, sei dizer mas não quero, sei pensar sobre tudo, mas o não acabar deixa-me no meio.
Chego ao ponto de perder o freio, o fio condutor e a escapatória, chego ao ponto do despiste quando são palavras a mais, por serem contudo palavras a menos para a conclusão.
Eu penso tanta coisa que não digo, estou quase sempre a ouvir, calado.
As horas são muito mortas quando passadas a meu lado, e por vezes parece que não penso em mais do que um orgasmo, mas penso... Às vezes bloqueam-se todos os caminhos da viabilidade, e eu torno-me inviavel.
Eu quero falar dos erros, e quero que neles repares sempre que com eles tropesses, quero errar e saber que erro, mas quero mais erros dos que já sei errar.
Eu quero amar até perder de vista, mas sentir o mundo infinitamente plano sem perder de vista, quero amar como um sufoco, e no sufocar eu sou perito.
Eu quero tanta coisa que o pouco não chega. Quero ser dois, para saber como se sente o outro que está comigo, para saber porque não me resposde às vagas coisas que digo.
Eu quero sentir como quem sente para falar do que quem sente senão eu.
É que não é no dizer que há a falta, é no pensamento que não falamos.