domingo, setembro 25, 2005

...tu...

A teu lado não há nada para contar, só porque nada é possivel de contar, só por uma fragilidade de palavras. Acordar com o teu olhar e sorriso e saber, que sempre vou querer acordar assim, com o teu olhar e sorriso, envolto nos teus braços e com o ar que respiras, com o calor do teu corpo e a seda da tua pele na minha.
Que muito significado têm as pequenas coisas que se vão soltando, assim como toda a tua presença me arrasta para a frente, sempre de cabeça erguida e sempre contigo, espero sempre contigo ou para sempre contigo.
Saber que nada é de necessário esconder e que sempre estou numa naturalidade, que tudo se encontra no lugar certo, no tempo certo. As palavras ditas em simultaneo, os pensamentos iguais e temporalmente atingidos, as parcerias e os confrontos saudaveis por haver complementar, a cumplicidade constante e o tempo que vai urgindo de tal forma que se assemelha a muito mais, o tudo,
És tudo...
Invariavelmente o pensamento, e a tua presença no pensamento, invariavelmente tu em tudo, invariavelmente és tudo.
Só por uma vez na vida se tem o que se pede para o resto da vida.
...tu...

Tatuagens

Em cada gesto perdido
Tu és igual a mim
Em cada ferida que sara
Escondida do mundo
Eu sou igual a ti

Fazer pintura de guerra
Que eu não sei apagar
Pintas o sol da cor da terra
E a lua da cor do mar

Em cada grito da alma
Eu sou igual a ti
De cada vez que um olhar
Te alucina e te prende
Tu és igual a mim

Fazes pinturas de sonhos
Pintas o sol na minha mão
E és mistura de vento e lama
Entre os luares perdidos no chão

Em cada noite sem rumo
Tu és igual a mim
De cada vez que procuro
Preciso um abrigo
Eu sou igual a ti

Faço pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
E pinto a lua da cor da terra
E o sol da cor do mar

Em cada grito afundado
Eu sou igual a ti
De cada vez que a tremura
Desata o desejo
Tu és igual a mim

Faço pinturas de sonhos
E pinto a lua na tua mão
Misturo o vento e a lama
Piso os luares perdidos no chão



Mafalda Veiga & Jorge Palma - Tatuagens

sábado, setembro 17, 2005

Remar para a Lua

Por um minuto lá deixei-me perder.
Tentei por auto-opressão, sugar-me todo até ao tutano, mas foge foge, sempre foge, implusão continua até o encher de toda a materia, que da constante pressão se faz escapar por si, em si, para si. Tentaria congelar antes, mas congelar em que parte? e depois ressurgir como? Não me prendas se me achas um mero louco incapacitado de auto-controle, deixa fluir toda a minha destreza perdida por aí num mólho solto.
Por um minuto lá deixei-me...
Sem surpresas não sei não ser eu.
Que cada mostro surge ao virar de cada onda como cada Adamastor por passar, e com cada um ergo os braços num sem numero de vezes, num sem numero de ondas, sempre para te trazer comigo contra todas as marés, mas seria bem mais facil o poder navegar por águas mansas sem Leviatãs que surgem e me trazem o fundo mar à vista, assim não teria de ter mais um minuto lá perdido.
Sem surpresas não sei não ser quem sou.

terça-feira, setembro 13, 2005

Estar Presente

Demencia é quando se perde o fio condutor e nos levam a passear por mãos incertas, mas tão incertas que se desconhece que são as nossas, levam-nos num ápice por um rasgo e atinge-se rapidamente o estonteante, surgem nervos, dizemos demais e depois não o podemos mais, ou jamais porque o tempo passa, denegrimos nomes que são os nossos, porque nos sabemos loucos. O pior é que nos sabemos loucos...
Chego, entro e sento-me, mas depressa me deito porque me cansa o peso, são meras horas.
Por vezes não chego porque fico a ver o bater das ondas nos teus braços, depois já é tarde e chego atrasado, mas atrasado para que coisa? Ainda antes de partir reparo mais uma vez que até aqui a Lua está presente, mas só a meio, que teve enorme esforço em se fazer notar com o Sol ainda vivo.
Já é meio noite, meio dia, e entretando fui outra vez roubado por uma tal de Demencia.
Constancia Demente já é da familia, e passem dez horas ou dez dias ela será sempre a mesma, não há como fazer-lhe frente, está contida e é implodida frequentemente. Que olhar tão estranho deitas, que se passa?
Estes próximos tempos vão ser ou bons ou maus, mas isso qualquer um diria...
Nestes próximos dias vou saber o que quero saber, e simultaneamente mando-me para um poço para ver se me chamas, se constantemente me tentas salvar, se vais estar presente, não no poço, mas presente.
Vou querer saber se aguentas e se passamos pelo que houver pela frente, porque os próximos rumos vão ser amargos e preciso que me toques e me digas que estou Demente, que me agarres quando estiver a perder o equilibrio e que me grites palavras meigas pela frente...

sexta-feira, setembro 02, 2005

A Bela Adormecida

Vais caminhar para tão longe que te perguntarás sobre ti.
Não tu Constancia
Onde metes toda essa facenha? Se sabes que sempre cais em ti.
É quando partes que voltas ao mergulho, Contancia!
APETECE-ME GRITAR HOJE CONTIGO mas só consigo gritar-te baixinho
Turvo-me Constancia
que descrepancia rompe o rasgo do mundo Constancia?
que não busco mais que uma liberdade de me prender de forma segura,
mas Constancia,
porque insestentemente voltas Constancia?
invulgar Constancia,
inconstem-te Constancia
cria palavras novas que simbolizem novos sentimentos Constancia
e não me faças percorrer os caminhos todos de novo se, são teus Constancia
parece que te amas numa presença em mim Constancia
és derrotista e tomas todas as precauções essenciais... e as demais.
Fazes-me tudo fazer por ela, egocentrica Constancia
dorme...
dorme...
dorme num sono profundo e descansa-me
dorme...
C.o..n...s.....t.......a.........n................c.......................i..............................a...