terça-feira, fevereiro 15, 2005

No dia de hoje

Foi tempo de hoje ser dia como dia que foi, não quero jamais perder um hoje por muito curto que hoje seja, tão repleto de expressões tuas e de um sorriso ao som da tua voz já meio desaparecida da minha memoria, corruida por um tempo que correu sem pressas para tão longe, que hoje voltou sem mais nem menos e me lembrou de outros tempos em que o teu sorriso era só uma boa razão para viver, foi tão pouco, sabe sempre a tão pouco, e no entanto preenche-me na totalidade.
Sinto-me cada vez mais desregulado, numa turbilhão de sentimentos estranhos e aos quais quero fugir, mas sei que não me queres agarrar e afastar deles, que não me vais impedir de partir mesmo sem saberes que se partir me perco em algo que não sou eu, sem que percebas o que está em jogo, sem que saibas da minha vida na totalidade, que falta-me a coragem para te mostar este meu ponto fraco.
Queria hoje ter-te mostrado mais, ter sido mais, ter-te agarrado e ter experimentado o risco de ser hoje um dia mau, mas tambem nisso me faltou a coragem, queria puxar-te para mim e esquecer tudo o que ouvi, queria pensar que tudo foi dito na cruesa de uma incerteza tua, na nudez de um medo de arriscar por algo melhor, queria poder pensar assim mas acho que não posso. Queria mesmo ter certezas de que a tua decisão é mesmo uma decisão e não um fracasso do teu medo, mas o medo é todo meu por não saber ouvir um desiste, querendo sempre que todos os dias fossem dias como dias que são, para que não os queira perder por mais curtos que sejam, tão repletos de expressões tuas e de um sorriso ao som da tua voz, deixada cair em tom doce e quente que absorvo e trago comigo como recordação

1 comentário:

Anónimo disse...

that was deep..............