sábado, março 12, 2005

Grito

O tempo passou como cada momento passa, por vezes rápido, por vezes lento na mesma razão de ocorrência, como corre, ocorre e escorre qualquer outra coisa num mesmo espaço.
Foi indisposição por um tempo, e pelo mesmo ânsias de nada, foi um fresco pintado por cores mortas e desgastado com calcário ressequido de uma maquina de lavagem cerebral já muito gasta, foi tudo sem aparência, sem vida, oco e vácuo que me sugava sempre que tentara sair, foi muito, foi muito mais que isso, foi uma tempestade sentimental com tufões de elucidação precária, com chuva, mas muita chuva de pós inférteis, foi regurgitação dos tempos e épocas imemoráveis e inesquecíveis, foi forte, foi mesmo muito forte, como uma bala perfuradora de pele, carne e osso de um corpo com alma no hades.
Foi um grito e o eco de um grito por necessidades básicas de sobrevivência, exteriorizado com a pressão da lava de um vulcão à muito morto, e por isso foi quente mas inútil, foi a agua e a terra a absorve-la, foi eclipse solar, foi queda estática, foi ar, foi tudo, fora tudo, houve tudo, houve tudo, ouve tudo o que quero gritar

Sem comentários: