terça-feira, julho 12, 2005

Do Lado Lunar





O mal vem de dentro jardado com a força do vento, e é em ti que ele actua ao mesmo tempo que no teu amor se apazigua.
Em todo o caso desespéro...
Que não é problema teu, e muito menos detens a culpa, mas que com força quero que saibas lutar,
lidar,
com quem sou, que a culpa não é também minha, mas nos meus medos se espelha por saber de onde deriva o eco de um pensamento menos puro. Talvez por ser um louco, ou por saber ver com outros olhos as pontas soltas, formas de mato seco, que depois de não atadas ardem em chama intensa, mas não de paixão, que cega por deixar negra a paisagem e o ar irrespirável, num sufoco, num inverso da tela actual... por certas coisas me fazerem lembrar os gritos que me souberam calar os sonhos na era das tempestades no vacuo.
Não é culpa tua, nem te revejo nestas artes, por uma consciencia frágil da tua sinceridade, mas compete ao meu passado o erguer de barreiras, o lembrar de quedas que num sopro de pensamentos ocorrem sem porquês.
Suponho-me num não saber voltar a cair, e daí vem sem minha permissão lágrima a lágrima quando o ar fica rarefeito por haver um nó na garganta, que simultaneamente me impede de te exigir o cortar de raizes, assim como impede de prosseguir com tais fronteiras.
Sempre me disseram que penso de mais, sempre todos proferiram tais palavras, mas nunca soube como explicar, talvez nunca o consiga. É pena conseguirmos guardar o nosso fundo dos outros, porque é o fundo que busco em cada actuar, neste teatro de plateia cheia, onde a todos passou ao lado a mensagem.
De que me serve ocultar-te o meu fundo se assim aprendes a não magoar, para que peses na balança se queres ou não ficar, para que me saibas acalmar.
É de ti que tem que partir a acção que determina qualquer opção, independente dos efeitos que reproduz em mim, cabe-te o amar.

1 comentário:

SlashRose disse...

Não sou eu o emissor, o emissor são todos os que têm fundo, e todos são culpados por não reparar nos fundos dos outros...
É como tu dizes tem q ser tudo pensado, e com tanto ruido não há nada que resista.