sexta-feira, julho 15, 2005

Corpos e Danças

Que se movem todos numa linha recta continua, todos em frente, em frente, marchar, marchar...
Numa continua disputa, onde todos se marginalizam mutuamente por apontarem o diferente, dizem que não se enquadram, que não são normais, que são de outras vidas menos puras, como uma prostituta que vende o corpo na avenida, dizem que já não têm saida, desta vida, desta vida
Sentem-se diferentes, bons e felizes, são autoritários e donos do próprio umbigo, não vêm que é castigo, que tudo se torna em castigo, por serem um na dança de corpos já pre-estabelecida, que é a vida, são uns tolos, por pensarem que mandam e agem como querem, não percebem que estão demasiado interiorizados, domesticados no "bem comum" que os mancha com tintas e traços tão bem defenidos.
Falem-me de ditaduras, quando desconhecem que a maior é aquela que vos abrange, que vos molda um a um por um a um que a moldem, por simpatia ou empatia, não interessa isso nada, seguem todos a mesma estrada, as mesmas modas, as mesmas vidas, e dizem não as saber mudar. Solta-se uma gargalhada de ironia contida, são uns tolos, coitadinhos sem culpa de seus paços, são uns tolos já sem vida, fantoches de cabeça erguida, que nariz tão bem empinado, que palhaços devoradores de criancinhas, vamos ao circo...
Vamos ao circo.

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