Não é no dizer que está o erro, mas nas palavras que não usamos.
Não é no dizer que há a falta, é no pensamento que não falamos.
Eu sei sentir o que falta, sei dizer mas não quero, sei pensar sobre tudo, mas o não acabar deixa-me no meio.
Chego ao ponto de perder o freio, o fio condutor e a escapatória, chego ao ponto do despiste quando são palavras a mais, por serem contudo palavras a menos para a conclusão.
Eu penso tanta coisa que não digo, estou quase sempre a ouvir, calado.
As horas são muito mortas quando passadas a meu lado, e por vezes parece que não penso em mais do que um orgasmo, mas penso... Às vezes bloqueam-se todos os caminhos da viabilidade, e eu torno-me inviavel.
Eu quero falar dos erros, e quero que neles repares sempre que com eles tropesses, quero errar e saber que erro, mas quero mais erros dos que já sei errar.
Eu quero amar até perder de vista, mas sentir o mundo infinitamente plano sem perder de vista, quero amar como um sufoco, e no sufocar eu sou perito.
Eu quero tanta coisa que o pouco não chega. Quero ser dois, para saber como se sente o outro que está comigo, para saber porque não me resposde às vagas coisas que digo.
Eu quero sentir como quem sente para falar do que quem sente senão eu.
É que não é no dizer que há a falta, é no pensamento que não falamos.
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