terça-feira, março 11, 2014

Do ser...


Nos meus pulmões à mais chumbo que sangue, tal como em todo o ar que me acompanha.
Há guerras que não são de ganhar, e que não são de perder, são só para se lutar.
O frasco aberto, já de nada serve tapar, por vezes esqueço onde tudo começou.
Um hino a ninguém é sempre melhor que nenhum hino.
De todas as ilusões crescem as desilusões.
Dilui a magoa em todos os corpos por onde passas, afecto em doses medidas.
Vê todos os desperdícios nos anos a passar, e todo o tempo que não te será devolvido
Silêncios, poe todos numa caixa. Deixa-os ir.
Esvazia-te, esvaíra-te, desventra-te, desinventa-te, mas..

sábado, março 01, 2014

Claustro

Respira, para um pouco antes de quebrares, sustem a raiva e procura entender o correr da água que jamais volta por este caminho. O meu segredo está no silencio, no ouvir, no implodir, amorfo, melancólico. Para sorrir, falar explodir e rir sem parar. Interessam-me os outros mas não todos. Muitos poucos me interessam, ou só mesmo tu interessas. Não eu, o que penso, o que faço e o que digo.
Respira, para que um pouco antes de quebrares sustenhas a raiva, procura entender que o vento nos sopra para longe do caminho.
Eu, o que penso, o que faço e o que digo está no silencio.
vai dormir

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Hoje

Portas
Umas abertas, umas fechadas.
Por cada lado uma saída, uma entrada.
E chaves, várias chaves, no trinco.
Gravar, apagar, iludir, destruir.
Afundar

Demasiado tarde, demasiado cedo.
Nunca o é...

Não há tempo, não há medida, vem voar...
Vê o Sol, Vê a Lua, Vê o Sol, Vê a Lua,
Vê os dias a passar,
Foram tão poucos e já são tantos para contar.
Intenso o que trazes na presença
Intenso quando há ausência,
O incenso que trazes contigo,
Povoa-me e entranha-me.
Não me largues,
Anda de vez sem partir outra vez.
Não te largo,
Nem tão pouco sei como.
Não sei já ser algo sem o ser sem tu lá estares.
Presente
Ausente.
Vem de vez

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Carta a Caos


De partes estranhas, de ruas distantes, de uma ausência desregrada, de um ecoar desconhecido
E de tudo o que é descontrolar.

De um mente cheia, de um olhar vazio, de uma falência declarada, de um buraco coberto
E de tudo o que é descontrolar.

De uma mãe de dEUS, de umas palavras de Zeus, de um perpetuo no achar, de descrente no mudar.
E de tudo o que é descontrolar.

De um Solfeggio, e de um Marte, de notas perdidas, de umas guerras por travar.
E de tudo o que é descontrolar.

De um devir inerte, e da inércia do ar, das línguas difíceis de dizer, dos corpos por matar.
E de tudo o que é descontrolar.

Da sapiência, e da sua ausência, do visível silencio, do oculto gritar.
E de tudo o que é descontrolar.

Dos problemas, e das resoluções, dos intempéries e das merdas a pairar.
E de tudo o que foi descontrolar.


O seu caos no mundo e nas linhas que a caneta se deixa pousar.

sábado, fevereiro 15, 2014

Odiar, Inspirar, Amar Expirar, Parar

Odiar, Inspirar,
Odiar, Expirar,
Odiar, Parar
Jamais ser o que não sou, o vislumbre transfere-se em dose contidas, até totalmente estar evaporado,
Posse, é muito mais do que uma palavra, um desaforo, distorce o belo e reproduz a ausência.
Podia dormir por dias consecutivos, perguntar-me por mim no acordar e desejar-me ausente em todas as alturas. Apagar os erros, esquecer o que já sei, esquecer porque o sou, esquecer porque assim me fiz ser, porque assim me sei ser.
Amar, Inspirar
Amar, Expirar
Amar, Parar
Se o amor é cego, comprar-lhe-ei por diversas vezes um guia.
Quando encontrar o porque para todas as perguntas, o saber de todas as razões, talvez me encontre.
Num outro caminho, de uma outra forma, que com todas as fazes de mudança, sempre tudo se torna o mesmo. As entrelinhas e as ondas crescem, o despistar e o bater, o mergulhar num copo de água, ou será de gin.
Inspirar
Expirar
Parar
Porque tudo o que conheço é certo que um dia morra comigo.
Sôfrego, incontido, desmedido, num auto-consciente perpetuamente melancólico.
Todas as palavras fazem correr um pequeno eco do que se grita aqui dentro, e poucas são as vozes que se deixam ouvir à já tanto tempo quanto o tempo a que as oiço.
Se algum dia deres por elas, volta a tapar tudo o que se queira escapar, o estranho e todos aqueles que lhe são conhecidos, em paralelo o medo que habita numa casa na montanha, e a inexistência de espaço, a soltura dos pensamentos acorrentados nas falésias, a forca e a pistola, o sexo e o caixão, o ego e o não ego. O aMOR e o desconfigurado ser que o carrega, meio ofuscado pelos fumos e pelas luzes de fora,  de tudo o que seja de uma forte luz pálida e a claridão da negritude que me ilumina. O saber não ser, outro, aquele que não eu. O desamor, e todas as mutilações por cada frase contida. o Wittgenstein, o Platão, o Descartes e o Nietzsche, todos juntos de mão dada com a penitencia. Os gritos, os surdos e os mudos, os meus.
Inspirar Odiar,
Expirar Amar,
PARAR

segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Anda

Até mais não,
Anda, fica,
Anda fica e não partas todos os dias
Custa sempre e cada vez mais ver-me ficar e partir contigo.
No nosso caos estou tão mais tranquilo.
Anda, fica,
Partilha, rasga tudo, destrói, queima, arde, no calor,
Arde
Arde
Arde
Anda, chega mais perto,
MAIS,
Quero sufocar-me em ti em todos os espaços temporais que possas contar.
Anda, conta-me tudo outra vez até saber mais de ti do que tu sabes,
Da-me, dá-te, até mais não.
Amor uma cabana e bolachas,
Uma cabana e bolachas,
Bolachas,
Arde
...Amor

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Vontade

Onde sou eu Rei,
O trono de sofismos,
Alegorias, vastos prantos verbais
Fui um povo de razão,
Fora com todos os sentidos


Plenas as noites
Claros os dias negros
Deixei-me ir
De onde soube existir
Fora com toda a razão


Desconjuntura
Os pés no ar,
A cabeça no chão,
Sem pensar, Sem saber, Sem a mão
Faz-se colidir a razão e o coração